Tony
Morrison é
um escritor especializado em tópicos sobre a América do Sul. Em
1987, quando ele conheceu Margareth Mee, ele estava ativamente envolvido com produções
para a televisão em continuidade a uma carreira que ele começou
como produtor independente para a BBC (Londres). A estória da vida de Margareth
Mee foi uma das muitas idéias sobre a Amazônia que o fascinaram desde
sua primeira visita ao Rio de janeiro em 1970. Naquela ocasião ele ouviu
que a oposição sobre o desenvolvimento da Amazônia estava
sendo abraçada por Margareth Mee e pelo seu amigo e internacionalmente
reconhecido paisagista e arquiteto brasileiro, Roberto Burle Marx. Tony percebeu
que juntos eles poderiam ser um bom tema para um documentário. Naquele
tempo, o futuro da Amazônia era um assunto que despertava grande interesse
no mundo inteiro. Juntamente com sua mulher Marion, Tony havia terminado recentemente
um filme sobre os primeiros dias do Parque Nacional Manú que fica na Amazônia
Peruana.
O filme, o primeiro a ser produzido em Manú, foi apresentado na BBC e também
no segundo Congresso Internacional do World Wildlife Fund -WWF (Fundo para os
Animais Selvagens do Mundo). O parque Manú é atualmente uma das
maiores áreas de reserva natural e abriga uma biodiversidade ainda não
revelada.
Rio
Manú, Peru 1969 | Foto:
Marion Morrison | O
encontro no Rio Embora
seus caminhos tenham se aproximado em inúmeras ocasiões, foi somente
no começo de fevereiro de 1987 que Tony finalmente conheceu Margareth Mee.
Na casa de Margareth no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro, ela mostrou a
ele algumas de suas anotações, pinturas e gravuras. Ele ficou estupefato
com o fato de que alguém tão aclamado ainda não tivesse um
livro publicado ou ainda que os produtores de filmes não tivessem feito
um filme sobre o tema. No Brasil, Margareth Mee foi agraciada com a medalha da
Liberdade do Rio de Janeiro e com a Ordem do Cruzeiro do Sul, que é a maior
honra deferida a um estrangeiro no Brasil. No seu país natal, a Grã
Bretanha, ela foi agraciada com um MBE (Member of the British Empire) e também
foi eleita Membro (Fellow) da Linnean Society em Londres tendo sido condecorada
com a Medalha de Prata Grenfell, da Real Sociedade de Horticultura, em reconhecimento
a sua arte. Tony e Margareth se corresponderam muito em 1987. Rapidamente foi
desenvolvido um plano com dois objetivos. O primeiro, um livro contendo as pinturas
e as viagens de Margareth. O segundo, a produção de um filme para
televisão cujo lançamento seria coincidente a publicação
do livro. O projeto para o filme foi denominado Margaret Mee's Amazon.
Parte do enredo envolvia a busca de um cactos evasivo, o ' Moonflower', que vive
nas áreas alagadas das florestas Amazônicas. O desafio era encontrar
a flor que desabrocha somente
uma vez por ano, no meio da noite e morre ao amanhecer.
Margaret
Mee's Amazon 1987 |
Foto Sally Webster | Viagem
15 A
busca bem sucedida pela 'Moonflower' foi denominada de "Viagem 15,1988",
e foi relatada por Tony em seu livro "In Search of Flowers of the Amazon
Forests". Os planos do filme foram modificados no último minuto e
tornaram-se o piloto para uma produção maior. Com o apoio de amigos
no Brasil as flores e as pinturas bem sucedidas foram filmadas para televisão
em vídeo de qualidade. Antes da morte de Margareth, em um acidente de carro
no mês de dezembro de 1988, a intenção era de usar o piloto
para buscar produtores internacionais e patrocinadores da televisão brasileira.
Leitores de sua entrevista no programa de televisão MacNeil-Lehrer nos
Estados Unidos, talvez tenham percebido como, quando Robert MacNeil perguntou
sobre sua intenção de voltar a Amazônia, ela respondeu: Definitivamente
Sim! E até definiu o mês em que isso ocorreria. Ela estava menos
segura do seu objetivo e simplesmente estava tomando cuidado para não revelar
os planos já feitos para a produção de um programa de televisão
sobre a sua última viagem.Ela
havia prometido ao Tony não divulgar as datas das viagens e ainda de não
falar muito sobre o cacto 'Moonflower' que estava destinado ao enredo do filme.
Rio Negro,
Brasil 1988 | Foto:Brian
Sewell | Margaret
Mee Amazon Trust , Londres [ Fundo Margareth Mee Amazônia]
Em 1988 um folder com o título Margaret Mee's Amazon foi
o ponto de partida para o levantamento de fundos destinados ao embriônico
projeto de criação do Margaret Mee Amazon Trust
, que tinha como objetivo comprar a sua coleção de pinturas
para garantia de proteção de sua obra e ainda de fornecer bolsas
de estudo para estudantes brasileiros. Esse título foi usado em exposições,
incluindo a realizada pela Royal Botanic Gardens, Kew (Londres) pouco antes de
sua morte e em outra realizada na Harewood House em Yorkshire. Dezoito anos depois,
em 2004, a RBG Kew publicou a coleção de suas pinturas, esboços
e os seus diários utilizando o mesmo título. O novo livro não
inclui a última viagem que foi escrita por Tony Morrison por não
ser um de seus diários. Então para preencher essa lacuna, a estória
da sua última viagem vai ser mostrada nesse site.
O filme,
as gravações com Margareth e notas detalhadas da busca original
vão estar disponíveis à medida que o site é desenvolvido. |
A estória
da busca e a equipe que ajudou na realização do piloto do filme
estão no site. Para saber mais sobre Tony e Marion Morrison procure
em Resumé on South American Pictures, também disponível em
português. | O
Margaret Mee Amazon Trust encerrou em 1995 e as funções dele passaram
a ser a responsabilidade de uma Comissão baseada nos Jardims Botânicos
Reais em Kew, Londres. Esta Comissão também administra o fundo de
bolsas Margaret Mee Fellowship Programme. | |